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Teatro que rememora mulheres vítimas de feminicídio emociona plateia na ALEMS

“Eu gostava de ouvir música”/ “Eu estava apaixonada”/ “Ele era tão engraçado, tão romântico, mas às vezes mudava de humor” / “Eu achei que ele iria...

28/08/2024 12h48
Por: Redação Fonte: Assembleia Legislativa - MS
Peça ocorreu após a sessão, no Plenário Júlio Maia
Peça ocorreu após a sessão, no Plenário Júlio Maia

“Eu gostava de ouvir música”/ “Eu estava apaixonada”/ “Ele era tão engraçado, tão romântico, mas às vezes mudava de humor” / “Eu achei que ele iria mudar” / “Até que um dia eu resolvi terminar e ele invadiu meu apartamento e disse que iria me matar”.

As frases compuseram a cena teatral Vozes, apresentada pelas atrizes Kiohara e Giovanna Zottino, com sonoplastia Luciano Risalde, na manhã desta quarta-feira (28), no Plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Com o objetivo de chamar a atenção para o fim do feminicídio, a manifestação cultural emocionou.

“Essa peça foi tão impactante na minha vida que fiz questão que viessem para a Assembleia. Acho que todas as vezes que eu assistir eu vou ficar emocionado. A arte nos emociona e nos leva para uma sociedade que nega esse tipo de crime. Temos que começar com a mudança dentro de casa, para que essa vergonha não continue acontecendo. Eu sou otimista por natureza e acho que temos essa oportunidade de despertar, não é? Porque mexe com o nosso emocional para esse problema que está aí, enraizado na nossa sociedade, na nossa casa, na nossa vizinhança, na nossa cultura. Nossa capacidade de se indignar com isso que acontece na nossa sociedade e que usemos a nossa capacidade de se articular, cada um no seu espaço, para que isso não continue acontecendo. Obrigado você que está aqui e que essa luta possa ser a luta da nossa Casa”, discursou o presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP).

Foto: Reprodução/Assembleia Legislativa - MS
Foto: Reprodução/Assembleia Legislativa - MS
Peça teatral trouxe histórias de Eloá e Maya, mortas por companheiros 

O grupo trouxe a história de Eloá Cristina Pimentel, uma jovem de 15 anos assassinada em 2008, mantida em cativeiro em São Paulo durante quase cinco dias pelo seu ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, quem também manteve como refém a amiga de Eloá, Nayara Rodrigues. O outro caso relatado pela peça teatral foi de Mayara Amaral, musicista de Campo Grande, morta em 25 de julho de 2017 a marteladas na cabeça pelo namorado Luís Alberto Bastos Barbosa.

A atriz Giovanna explicou que a peça é intitulada Vozes justamente para chamar a atenção às mulheres silenciadas. “Queremos trazer a questão à tona, informar, criticar, trazer voz a essas mulheres, representar elas que muitas vezes não são ouvidas, escutadas, que foram caladas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. É um teatro documental, com histórias reais. Tudo o que falamos é verdade, foi o que elas passaram e depois foram mortas. Queríamos mostrar o quanto elas sofreram e o quanto o feminicídio é latente”, ressaltou.

A deputada Mara Caseiro (PSDB) elogiou. “Foi um teatro tão impactante, deu para sentirmos um pouco mais, a dor da agressão contra essas mulheres. Nós que somos mulheres, sabemos essa dor”, afirmou a deputada que discursou em sessão plenária de hoje contra a violência em alusão ao Agosto Lilás – veja aqui .

A desembargadora Jaceguara Dantas, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado, também discursou sobre o fim da violência e convidou a todos para fazem parte da Campanha Todos por Elas, uma parceria do Judiciário, Legislativo e Executivo, pelo fim da violência contra as mulheres. “O feminicídio não deve ser parte da sociedade. Quero agradecer aos deputados que encaparam essa ação e que fizeram ações, sobretudo as que visam impedir e erradicar o feminicídio. Como cidadãos temos que dizer não. Que não aceitamos isso. Queremos uma realidade em que as mulheres possam viver e ter o direito de usufruir do bem mais precioso, que é a vida humana”, destacou.

A Campanha Todos por Elas fará uma caminhada no próximo sábado, às 16h, no Parque das Nações Indígenas, com concentração na Concha Acústica Helena Meirelles – saiba mais aqui .

Veja onde procurar ajuda em caso de violência contra a mulher:

Denúncias e informações: ligue 180.

Patrulha Maria da Penha: ligue 153.

Casa da Mulher Brasileira: Rua Brasília, lote A, quadra 2 - Jardim Imá. Telefone: 2020-1300.

Centro Especializado de Atendimento à Mulher em situação de violência (Ceam): Rua Piratininga, 559 - Jardim dos Estados. Telefone: 0800-067-1236

Ministério Público: Atendimento pelo WhatsApp: (67) 9-9825-0096. O telefone da 72ª Promotoria de Justiça da Casa da Mulher Brasileira é  3318-3970.

Defensoria Pública: Atendimento por WhatsApp: (67) 9-9247-3968. Atendimento on-line:  defensoria.ms.def.br . Núcleo de Defesa da Mulher: (67) 3313-4919.

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