O prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, de 53 anos, teve morte cerebral confirmada por equipe médica na noite deste sábado (21), quatro dias após o político ser alvo de atentado a tiros na cidade paraguaia, que faz fronteira seca com Ponta Porã.
“Após avaliações neurológicas constatamos que não há fluxo cerebral. Infelizmente informamos que o prefeito José Carlos está com morte encefálica. Fizemos o possível, mas é 100% irreversível”, disse em entrevista o médico que acompanhou o prefeito nos últimos dias.
Irmão de José Carlos Acevedo, o governador de Amambai, Ronald Acevedo, também falou com jornalistas na porta do hospital. “É irreversível. Neste momento não há palavras”, afirmou. Ele ainda responsabilizou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, pela morte do irmão. “Toda a população de Amambai está insegura e sofrendo graças a ele”, declarou.
Na quinta-feira (19), médicos começaram a retirar a sedação do prefeito de Pedro Juan Caballero. Ele chegou a ser submetido a um cateterismo para "reduzir o inchaço" no cérebro, decorrente da falta de circulação sanguínea e de oxigênio.
Ontem (20) passou por tomografia para avaliar a circulação sanguínea, principalmente na cabeça.A equipe que monitorou o estado de saúde de José Acevedo era composta por dez médicos de Pedro Juan Caballero, Assunção e Dourados.
Acevedo saía de uma reunião com vereadores na sede da Câmara Municipal, localizada em frente ao Palácio da Justiça, na tarde de terça-feira (17), quando foi atacado a tiros por pistoleiros em um carro branco. Pelo menos 11 tiros de pistola foram disparados.
Conforme o jornal ABC Color, o prefeito foi atingido por sete tiros, dois deles no pescoço. No hospital, a vítima sofreu parada cardíaca e foi reanimada pela equipe médica, que conseguiu reverter a situação.
Reeleito em outubro do ano passado, José Carlos Acevedo é filiado ao Partido Liberal. Poucos dias antes da eleição de outubro, ele causou polêmica ao chutar o corpo de um traficante, vítima da chacina com quatro mortes, ocorrida em frente a um centro de eventos de Pedro Juan. Entre os mortos, estava a sobrinha dele, filha do governador Ronald Acevedo.