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Política Risco à democracia

Políticos mundiais alertam para risco à democracia e insurreição no Brasil

O alerta faz parte de uma carta aberta assinada por políticos de todo o mundo e que deixam claro que a comunidade internacional não irá tolerar qualquer ruptura democrática.

06/09/2021 16h05
Por: Redação Fonte: UOL
Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil

Os atos planejados para o dia 7 de setembro, organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ameaçam a democracia e representam uma "insurreição" no Brasil. O alerta faz parte de uma carta aberta assinada por políticos de todo o mundo e que deixam claro que a comunidade internacional não irá tolerar qualquer ruptura democrática.

Nos últimos dias, entidades estrangeiras já indicaram que estavam preocupadas com os atos do 7 de setembro e que temiam que a data agravasse a tensão política no país. Haverá um monitoramento por parte da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, enquanto organismos estrangeiros também se mobilizam para acompanhar a situação.

Já o governo americano emitiu um alerta de segurança a seus cidadãos que estejam no Brasil, nesta data. Há poucas semanas, o governo de Joe Biden havia enviado sinais claros ao Palácio do Planalto sobre o risco de uma ruptura ou de uma narrativa de fraude eleitoral.

Agora, líderes, ex-presidentes, parlamentares e personalidades de mais de 25 países apontam para os riscos que a data pode representar. "Nós, representantes eleitos e líderes de todo o mundo, estamos soando o alarme: em 7 de setembro de 2021, uma insurreição colocará em risco a democracia no Brasil". disseram.

A carta é assinada por nomes como o ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, além Noam Chomsky, o vencedor do prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e políticos europeus como o grego Yanis Varoufakis, o britânico Jeremy Corbyn e o francês Jean Luc Melanchon. Congressistas americanos também fazem parte dos signatários, além de deputados suíços, alemães e mesmo da Nova Zelândia.

"Estamos seriamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil - e estamos vigilantes para defendê-las antes e depois de 7 de setembro. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a Democracia de um regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-la agora", diz o texto.

O texto alerta que «Bolsonaro e seus aliados - incluindo grupos supremacistas, policiais militares e funcionários públicos, em todos os níveis do governo - estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo».

«O presidente Bolsonaro intensificou seus ataques às instituições democráticas do Brasil nas últimas semanas », alerta. "Em 10 de agosto, ele dirigiu um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, enquanto seus aliados no Congresso promoviam reformas radicais no sistema eleitoral do país, considerado um dos mais confiáveis do mundo".

O texto lembra como Bolsonaro ameaçou - várias vezes - cancelar as eleições presidenciais de 2022. "Agora, Bolsonaro convoca seus seguidores a viajarem a Brasília no dia 7 de setembro, em um ato de intimidação às instituições democráticas do país", disse.

"De acordo com uma mensagem transmitida pelo presidente em 21 de agosto, a marcha é a preparação para um "contra-golpe necessário" contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal", explicam.

"Membros do Congresso no Brasil alertaram que a mobilização de 7 de setembro teve como modelo a insurreição na capital dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando o então presidente Donald Trump encorajou seus partidários a "parar o roubo" com falsas alegações de fraude eleitoral em eleições presidenciais de 2020", completam.

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