Um jovem, de 23 anos, foi autuado após trabalhar irregularmente como médico na Fundação Hospitalar de Costa Rica, a 375 km de Campo Grande. O suspeito era formado em letras e se preparava para começar um plantão quando foi detido pela polícia nessa segunda-feira (23).
Segundo o delegado Caique Ducatti, o suspeito chegou a cursar medicina por cerca de dois anos, mas não concluiu os estudos. O jovem apresentou um diploma falsificado para poder atuar no hospital.
"Ele não tinha registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), chegou se apresentando como médico, falou que tinha interesse e, como município de interior tem muita necessidade, conseguiu”, afirmou o delegado.
À reportagem, o prefeito da cidade, Cleverson Alves dos Santos, afirmou que o executivo municipal acompanha o caso. “Ele é ‘filho da cidade’, a família falou que ele tinha se formado em medicina, prestigiamos, convidamos para trabalhar, mas, quando fomos checar o CRM dava o nome de uma mulher. Ontem ele estava escalado para trabalhar, aguardamos e conversamos com ele”, disse a autoridade.
Conforme ao que foi repassado à prefeitura, depois de um longo período no Paraguai, o jovem teria conhecido uma pessoa que propôs conseguir uma vaga em curso de medicina, no Brasil, perante pagamento de R$ 20 mil. “Ele pagou, foi para Alagoas, frequentou duas semanas, mas o nome dele não apareceu na chamada e ele desistiu”, contou o prefeito.
O suspeito chegou a atuar por um dia no hospital realizando apenas acompanhamentos e, por estar realizando tratamento contra o câncer, precisou ser afastado. O retorno estava previsto para esta segunda e ele não chegou a receber salário no cargo.
A polícia apreendeu com o jovem um carimbo, uma camisa e um estetoscópio. Como o crime de exercício ilegal da profissão ou atividade é considerado de menor potencial, o suspeito foi ouvido e liberado.
Nas redes sociais, o jovem se apresenta como médico e mestrando em Saúde Pública. Em contato com ele, a reportagem foi informada que “houve um mal-entendido” e que tudo será esclarecido por seu advogado.
“Ele acabou fazendo vaga em plantão de emergência por ser do município e ter CRM em mãos, mas quando fomos avaliar as informações, percebemos que o CRM era do Estado de São Paulo. O e-mail era forjado, assim como o diploma e o CRM.”, confirmou a diretora da Fundação Hospitalar.