O ministro de Minas e Energia (MME), Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira (21), em audiência na Câmara dos Deputados, que não é possível interferir no preço dos combustíveis. Ele foi convidado por quatro comissões para falar sobre os reajustes recentes e planos para a privatização da Petrobras.
Sachsida afirmou que existe um problema de tributação, e que o governo está tentando amenizar ao reduzir os impostos federais e ao apoiar projetos aprovados no Congresso que limitam o valor do ICMS sobre combustíveis. De acordo com ele, economias europeias e nos Estados Unidos também têm reduzido tributação para amenizar o efeito econômico da guerra na Ucrânia.
"O governo não interfere no preço dos combustíveis. Preciso ser claro: não é possível interferir no preço dos combustíveis, não está no controle do governo e, honestamente, o preço é uma decisão da empresa, não do governo. Além disso, temos marcos legais que impedem intervenções do governo na administração de uma empresa, mesmo o governo sendo o acionista majoritário", afirmou.
O ministro também criticou a Petrobras, dizendo que ora atua como estatal, e, quando interessa, atua como empresa privada. "Chegou o momento de uma decisão: a Petrobras é estatal ou privada? Não dá para quando interessa ser estatal, e para quando interessa ser privada", disse. De acordo com ele, uma empresa com poder de mercado precisa preservar a marca. "Não é lucrar ao máximo no curto prazo e destruir a marca no longo prazo", disse.
Sachsida, que antes de assumir o MME integrava a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, frisou ao longo de sua fala que "não há influência do governo" nas decisões da Petrobras.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é quem indica o presidente da estatal. Ao longo do atual governo, o país já teve três presidentes da Petrobras. José Mauro Coelho renunciou ao cargo na última segunda-feira (20) após intensa pressão do governo e do Congresso.
O ministro afirmou durante audiência que assim que assumiu a pasta, achou que deveria promover uma troca na empresa por acreditar "que é momento de aumentar a competição". "Não há como ajudar o consumidor brasileiro com a estrutura atual, que a empresa tem um enorme poder de mercado de um lado e do outro ora é estatal, ora é privada", afirmou.